No esmalte cansado, nas rugas da mão velha, na inocência dos dedos que se fecham, nas tintas da obra de arte que nasce.
As mãos falam mais do que as palavras e até estas dependem de quem as digite, numa conexão mágica entre o pensamento e o ato de apertar teclas.
Se há um instrumento que reina sobre os demais, este é a mão.
Mão que garante a sobrevivência, que se move em gestos belos que se chamam dança, que constrói a arquitetura da ciência e da arte. Produzindo beleza, essas mãos fazem surgir o sublime.
A bem da verdade, mãos não fazem surgir. Criam e produzem. Expressam, demonstram: o bom e o mau, engenhos que movem o mundo, carícias que amenizam dores e substituem as palavras no ato de amar; movimentos desconcertados de quem, pensando ou não, agride e destrói.
Mãos matam e curam. Afirmam. Negam, consentem, são elegantes, chulas, mulheres, homens, pobres, ricas, jovens, meninas, maduras, decrépitas, arrebatadas.
Mãos, que abrigam dez dedos que rezam, apontam, pintam e bordam, praguejam, dizem adeus.
Mãos são a razão deste texto – mãos observadas por olhos que são movidos por mãos, que abrem e fecham páginas, que engrendam textos, que criam beleza, que urdem a vida e assim descobrem a grandeza do universo humano!
Mãos à obra!
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